Desmascarando a ameaça: como as falsificações profundas colocam em risco a segurança corporativa

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18 julho 2024

Inteligência Artificial (IA)

Na era digital atual, o cenário de ameaças à segurança cibernética evoluiu drasticamente, com ameaças cibernéticas geradas por IA emergindo como uma preocupação significativa para as empresas. Essas ameaças, impulsionadas por IA e aprendizado de máquina, podem se adaptar, aprender e executar ataques com sofisticação e eficiência sem precedentes.

Como exemplo — e algo que os líderes de construção e transporte do mundo todo precisam começar a prestar muita atenção — o grupo de engenharia britânico Arup perdeu aproximadamente US$ 25 milhões no início de 2024, depois que golpistas usaram "deep fakes" manipulados por IA para se passarem pelo CFO do grupo e solicitar transferências de um funcionário para contas bancárias em Hong Kong (de acordo com o Financial Times).

Em essência, conforme relatado pela polícia de Hong Kong, um funcionário recebeu uma mensagem alegando ser do CFO da Arup — sediado no Reino Unido — sobre uma "transação confidencial". Após uma videoconferência com o falso CFO e outros funcionários gerados por IA, o funcionário fez uma série de transações para cinco contas bancárias de Hong Kong antes de descobrir a fraude.

Joel Dandrea

Falsificação digital hiper-realista

À medida que o rápido avanço tecnológico avança, o aumento de deep fakes gerados por IA representa um desafio significativo para empresas em todo o mundo. Deep fakes, que consistem em falsificações digitais hiper-realistas usando inteligência artificial, podem manipular áudio, vídeo e imagens, fazendo parecer que indivíduos estão dizendo ou fazendo coisas que nunca fizeram. À medida que a tecnologia por trás dos deep fakes se torna mais sofisticada e acessível, a ameaça à segurança corporativa só aumenta.

Embora os CFOs possam não estar mantendo tais incidentes em mente atualmente, isso mudará à medida que se tornarem mais frequentes. Como guardiões das chaves financeiras de uma empresa – e, portanto, como alvos potenciais de falsificação de identidade por golpistas empreendedores – garantir a conscientização é um primeiro passo crucial. Toda a equipe precisa estar ciente de ameaças como a possível falsificação de identidade de executivos e como essa fraude pode impactar processos críticos de negócios.

Chance de lutar

Para se proteger contra deep fakes, as empresas precisam reforçar suas estruturas de segurança cibernética. A implementação de sistemas avançados de detecção de ameaças que utilizam aprendizado de máquina pode ajudar a identificar deep fakes, analisando inconsistências em vídeos, áudios e imagens. Esses sistemas podem sinalizar conteúdo suspeito para investigação posterior. Além disso, as empresas provavelmente investirão em breve em métodos de autenticação biométrica, como sistemas de reconhecimento de voz e facial, projetados para detectar anomalias indicativas de deep fakes.

Embora a fraude em cibersegurança não seja novidade, as empresas dos setores de construção e transporte tradicionalmente têm se adaptado mais lentamente a ela – chegando a ser resistentes em muitos casos. Dito isso, agora seria o momento ideal para os CFOs se conscientizarem o máximo possível e começarem a analisar mais de perto os controles antifraude que implementam. Os diretores financeiros devem revisitar muitos de seus processos de negócios que podem ser suscetíveis a ataques de deep fake e/ou de mídias sociais. O surgimento da IA generativa e de outras ferramentas que as alimentam permite que os fraudadores escalem esses golpes em larga escala – alterando efetivamente a economia da fraude.

O treinamento dos funcionários, como sempre, também é crucial no combate à ameaça de deep fakes, assim como o desenvolvimento de protocolos de verificação robustos.

Em última análise, proteger sua empresa contra deep fakes gerados por IA exige uma abordagem multifacetada – envolvendo tecnologia avançada, educação dos funcionários, os protocolos mencionados e monitoramento proativo. Mas, mantendo-se vigilantes e implementando salvaguardas abrangentes, as empresas podem mitigar os riscos representados por deep fakes e, pelo menos, cultivar uma chance de lutar contra os perigos emergentes nesta era digital.

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